Cinco fazendas são ocupadas na manhã deste domingo (15) no município de Pau Brasil, no Sul da Bahia, e há intensa troca de tiros entre seguranças das propriedades e os índios. De acordo com informações do chefe de investigação da Polícia Civil do município, Sagro Dantas, as fazendas foram ocupadas por volta das 6h da manhã deste domingo. No sábado (13), cerca de 40 índios da tribo Pataxó Hã Hã Hãe ocuparam duas fazendas, uma delas a Vitória, que foi incendiada recentemente.
Segundo Sagro Dantas, os índios fizeram vários funcionários das fazendas como escudo humano, já que os seguranças estão encurralados nas sedes das fazendas. A polícia ainda informou que o gerente de uma das fazendas, que também é ex-delegado do município, está mantido refém junto com um trabalhador que faz o transporte do leite.
Ainda de acordo com informações da polícia, não há efetivo para enviar ao local do confronto e a Polícia Civil e Militar não têm autorização para intervir na área. “Quem tem que vir para cá é a Polícia Federal. A área é Federal e nós não podemos atuar. Caso a Polícia Federal venha e solicite o nosso apoio, estamos aqui para dar o suporte” afirmou Sagro Dantas.
O chefe de investigação também informou que no município existem apenas dois policias militares e ele que é da Polícia Civil.
O G1 entrou em contato com a Polícia Federal e um agente informou que o delegado Fábio Marques pediu para avisar que a Polícia Federal só irá tomar qualquer tipo de ação sobre o caso na próxima segunda-feira (16).
Já o delegado de Itaju do Côlonia , que também responde por Pau Brasil, Francesco Santana, informou através de policial militar que não irá deslocar equipes para o local do conflito.
Briga de terras
A polícia da região de Camacã, Pau Brasil e Itajú do Colônia, no Sul da Bahia, investigam oassassinato de uma mulher, que aconteceu na segunda-feira (9). Eles suspeitam que a morte da mulher tenha envolvimento com a briga de terras na região.
Franklin Fagundes viu a companheira morrer quando voltava de uma fazenda. Ana Maria Santos de Oliveira, de 33 anos, foi atingida por um tiro na cabeça. "Quando eu parei o carro, o que estava do lado de dentro da cerca atirou e minha esposa já caiu no meu colo.", disse. De acordo com o marido da vítima, a ação foi uma emboscada.
A polícia não tem pista dos criminosos. Segundo o delegado, os principais suspeitos são os índios que disputam terras com os fazendeiros da região. “Os indígenas possuem armas de fogo de grosso calibre, fuzis 762, privativos do exército”, explicou o delegado Francesco Santana. No entanto, antes ele chegou a afirmar que seguranças de fazendeiros poderiam ter causado a morte da mulher.
Na estrada que atravessa a região de conflito quase ninguém se arrisca a passar. Até a polícia está assustada. "É perigoso, devido aos últimos acontecimentos", diz um policial.
Uma fazenda que fica a menos de um quilômetro do local do crime foi invadida minutos depois da emboscada por homens encapuzados. Os quatro empregados que estavam no local saíram correndo. Os invasores arrombaram as portas e incendiaram a casa.
“Meu avô que construiu a casa. Ficou pronta em 1956. Eu não era nem nascido”, disse o pecuarista Armando Pinto.
Ele mostra os documentos, inclusive o título de propriedade emitido pelo Governo da Bahia. No local a família cria gado e cavalo. "Investimos muito aqui. Construímos, botamos tudo o que pudemos", disse.
Décadas de disputa
O litígio entre índios e fazendeiros começou há 30 anos. Os índios querem ocupar 54 mil hectares que segundo estudos da Funai, eram reserva da Aldeia Pataxó. A área fica entre os municípios de Camacã, Pau Brasil e Itajú do Colônia, no Sul da Bahia. De acordo com populares, só este ano os Pataxós invadiram 52 fazendas.
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"Aqui a gente ainda não está progredindo, porque ainda está em questão. Não produzimos nada. Passamos o dia esperando pela Justiça", disse o chefe da aldeia, Antonio Pataxó.
Nas fazendas que já foram invadidas os empregados estão sendo demitidos. Até os pequenos produtores começam a ser expulsos das terras. "A maioria dos pequenos que moravam nas fazendas não tem nem casa para ir”, disse o presidente do sindicato rural, Hamilton Cardoso.
Os índios pedem a nulidade dos títulos de propriedade em favor dos fazendeiros. A questão será decidida pelo Supremo Tribunal Federal. O julgamento chegou a ser marcado em novembro do ano passado, mas foi adiado a pedido do Governo da Bahia que alegava falta de segurança para o cumprimento da decisão.
Cerca de 250 presos estão rebelados em presídio na Zona Sul de Aracaju
A rebelião foi iniciada por volta das 14h. Um preso morreu.
Três agentes foram feitos reféns. Um se feriu ao pular o muro da unidade.
Cerca de 250 detentos do Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho, no Bairro Santa Maria, na Zona Sul de Aracaju (SE), estão rebelados desde as 14h deste domingo (15). Três agentes penitenciários foram feitos reféns e um deles se feriu ao pular o muro de mais de 5 metros para fugir. De acordo com a polícia, 15 internos conseguiram fugir.
Uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) foi acionada e fez o resgate do agente que teve ferimentos nas pernas e na coluna em decorrência da queda. Ele foi encaminhado ao Hospital de Urgência de Sergipe, na Zona Oeste da capital sergipana.
Carros do Grupamento de Choque da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e uma ambulância do SAMU, estão no local. De acordo com informações da polícia, os presos estão concentrados no refeitório da unidade, onde quebraram várias janelas.
Agentes penitenciários que estavam de folga foram acionados e começam a chegar à unidade. Segundo a polícia, o presídio do Santa Maria, abriga cerca de 300 presos.
O clima é tenso e os detentos estão muito nervosos. A gritaria no interior do complexo pode ser ouvida facilmente no lado de fora da unidade. Ainda segundo informações, os ânimos se exaltaram ainda mais, após um dos internos ter sido morto por um dos cães utilizados para fazer a segurança da área externa do presídio.
A vítima foi atacada pelo cachorro da região do pescoço e não resistiu aos ferimentos. Revoltados, os presos decidiram matar o animal e outro cão que estava solto.
Um policial militar atua como negociador. Ele conversa com os detentos através das grades nas imediações do refeitório. Até o momento não informações sobre as reivindicações dos rebelados, bem como se há feridos e outras vítimas no interior do complexo.